Esclerose Múltipla Vs Borreliose de Lyme - Projecto de investigação
Esclerose Múltipla Vs Borreliose de Lyme - Projecto de investigação
Sou Bolseira de investigação no Instituto de Higiene e Medicina Tropical da UEI de Leptospirose e Borreliose de Lyme (ULBL), e recentemente iniciamos um projecto piloto que consiste no seguinte:
Identificação de doentes com Esclerose Múltipla (EM) e simultaneamente infectados pelo agente da Borreliose de Lyme (BL), através de técnicas moleculares e serológicas de elevada sensibilidade.
Estudos realizados em diversos países têm mostrado que a prevalência de EM acompanha a distribuição da BL. Na América do Norte e na Europa, o elevado número de indivíduos que desenvolvem EM reflecte de uma forma fiel a distribuição sazonal dos vectores (carraças) do género Ixodes, responsáveis pela transmissão de espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi s.l.. Em 2007, Batinac e colaboradores mostraram igualmente que nenhuma outra doença, exceptuando situações de infecções agudas, exibe agrupamentos epidemiológicos sazonais e geográficos tão marcados quanto a BL, o que sugere que os respectivos agentes etiológicos podem estar envolvidos em quadros clínicos diagnosticados como EM.
Por outro lado, a EM é, no mundo ocidental, a causa mais frequente de incapacidade não traumática, no adulto jovem. Como tal tem uma relevância social elevada ao interferir na carreira profissional e na vida familiar do doente. De acordo com dados recentes disponibilizados pela Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM) haverá no País, pelo menos, 5.000 indivíduos com EM, e estima-se uma prevalência de 60 casos por cada 100.000 habitantes. Esta doença é considerada uma doença do adulto jovem, cujos sintomas são frequentemente de tipo sensitivo. O processo patológico é de natureza inflamatória, afectando o sistema nervoso central (SNC).
A BL, por sua vez, é uma doença multisistémica causada por bactérias do complexo B. burgdorferi s.l. transmitidas ao homem pela mordedura de carraças. A progressão da doença pode afectar, numa fase mais tardia, o SNC, passando a ser designada por neuroborreliose. As manifestações clínicas comuns incluem meningite linfocítica, neuropatia craniana (mais frequentemente, neuropatia facial), polirradiculopatia, perda leve de memória e outras funções cognitivas. Pode ainda ocorrer uma inflamação mais extensa envolvendo o SNC (encefalomielite). No sistema nervoso periférico, a infecção por B. burgdorferi s.l. está associada com mononeurite múltipla e polirradiculoneurite.
Face ao exposto, urge desenvolver o presente Projecto de Investigação, atendendo à realidade nacional que mostra um número cada vez maior de doentes afectados pela EM, ao mesmo tempo que em Portugal se conhecem: i) a presença e diversidade de vectores (carraças); ii) as elevadas taxas de infecção por agentes do complexo B. burgdorferi s.l. nos referidos vectores e iii) a diversidade de espécies genómicas de B. burgdorferi, em particular, B. garinii, espécie reconhecida, na Europa e também em Portugal, pela sua estreita associação a manifestações do foro neurológico nos doentes de BL.
Para mais informações por favor contactem-me...
Grata pela vossa atenção
Mónica Nunes
(Bolseira de investigação da ULBL/IHMT)
Identificação de doentes com Esclerose Múltipla (EM) e simultaneamente infectados pelo agente da Borreliose de Lyme (BL), através de técnicas moleculares e serológicas de elevada sensibilidade.
Estudos realizados em diversos países têm mostrado que a prevalência de EM acompanha a distribuição da BL. Na América do Norte e na Europa, o elevado número de indivíduos que desenvolvem EM reflecte de uma forma fiel a distribuição sazonal dos vectores (carraças) do género Ixodes, responsáveis pela transmissão de espiroquetas do complexo Borrelia burgdorferi s.l.. Em 2007, Batinac e colaboradores mostraram igualmente que nenhuma outra doença, exceptuando situações de infecções agudas, exibe agrupamentos epidemiológicos sazonais e geográficos tão marcados quanto a BL, o que sugere que os respectivos agentes etiológicos podem estar envolvidos em quadros clínicos diagnosticados como EM.
Por outro lado, a EM é, no mundo ocidental, a causa mais frequente de incapacidade não traumática, no adulto jovem. Como tal tem uma relevância social elevada ao interferir na carreira profissional e na vida familiar do doente. De acordo com dados recentes disponibilizados pela Associação Nacional de Esclerose Múltipla (ANEM) haverá no País, pelo menos, 5.000 indivíduos com EM, e estima-se uma prevalência de 60 casos por cada 100.000 habitantes. Esta doença é considerada uma doença do adulto jovem, cujos sintomas são frequentemente de tipo sensitivo. O processo patológico é de natureza inflamatória, afectando o sistema nervoso central (SNC).
A BL, por sua vez, é uma doença multisistémica causada por bactérias do complexo B. burgdorferi s.l. transmitidas ao homem pela mordedura de carraças. A progressão da doença pode afectar, numa fase mais tardia, o SNC, passando a ser designada por neuroborreliose. As manifestações clínicas comuns incluem meningite linfocítica, neuropatia craniana (mais frequentemente, neuropatia facial), polirradiculopatia, perda leve de memória e outras funções cognitivas. Pode ainda ocorrer uma inflamação mais extensa envolvendo o SNC (encefalomielite). No sistema nervoso periférico, a infecção por B. burgdorferi s.l. está associada com mononeurite múltipla e polirradiculoneurite.
Face ao exposto, urge desenvolver o presente Projecto de Investigação, atendendo à realidade nacional que mostra um número cada vez maior de doentes afectados pela EM, ao mesmo tempo que em Portugal se conhecem: i) a presença e diversidade de vectores (carraças); ii) as elevadas taxas de infecção por agentes do complexo B. burgdorferi s.l. nos referidos vectores e iii) a diversidade de espécies genómicas de B. burgdorferi, em particular, B. garinii, espécie reconhecida, na Europa e também em Portugal, pela sua estreita associação a manifestações do foro neurológico nos doentes de BL.
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